quarta-feira, 27 de maio de 2009

On the sky again...


Antes era on the road again, mas agora, com essa zanzação em que eu estou na RyanAir, é on the Sky, ou on the Air again! Falar nisso, eu sou um cliente tão bom da RyanAir que eles me deram um bônus de 30% em qualquer passagem porque eu vooei demais recentemente! Isso sim que é plano fidelidade, eles cobram mais barato que o ônibus, aí eu só viajo com eles. Não é igual a Gol, que é a única empresa aérea Low Fare High Price... tomara que a Azul de uma aquecida aí nos vôos no Brasil...

Mas enfim, voltando ao assunto, estou denovo na estrada - ou no céu, como queiram - indo de volta pra terra do dinheiro sem fim: Estados Unidos, e ainda mais, vou pra capital da ragação desenfreada de verdinhas, a cidade do pecado, a casa do Cirque du Soleil! To indo denovo pra Fabulous Las Vegas, Nevada!!

E dessa vez, assim como na outra, vou em grande estilo, e também, igual da outra vez, ainda em 2007 no começo da viagem do trancamento, não vou pagar nada! A Laurinha deu uma sorte imensa: ela teve uma festa no trabalho dela e cada pessoa ganhou um número de fichas para jogar em diversos jogos de casino, e aí tinha alguns prêmios. A Laura diz que ouvi uma voz do além que disse pra ela apostar tudo no 18 da roleta, logo de cara. Ela apostou e batata, multiplicou o dinheiro inicial por 35. Não bastando isso, ela ouviu mais uma voz fofoqueira do além que a intimou a apostar novamente tudo no zero! Ela apostou, e aqui estou eu, pois ela levou 35*35 do dinheiro inicial e se sagrou a campeã pelo maior prêmio da noite: Uma viagem de 5 mil pounds para Las Vegas com direito a um acompanhante, e aí é nóis na fita!

Vamos viajar de classe executiva pela Virgin Atlantic, ficamos no mais novo hotel de Vegas, o Encore, parceiro do Wynn, que já era o mais caro antes de abrir a nova filial. Temos também um passeio de helicóptero sobrevoando Grand Canyon, ingressos pro Cirque du Soleil no Wynn, pra ver o espetáculo Le Reve! Temos ainda um jantar da alta culinária num daqueles restaurantes que não tem nome, mas sim o nome do Cheff escrito na porta, igual marca de roupa... ou seja, vamos passar bem!

De lá, pra não perder a viagem nem o costume mineirês de bixo do mato, partimos para uma visitinha à 2 parques nacionais americanos! Bryce Canyon e Zion National Park! Pra variar só um pouquinho, faremos isso num carro alugado que também é de graça, mas as mordomias param por aí, já que iremos acampar durante 3 noites nos parques antes de pegar o avião de volta pra terra da rainha.

Então eu estou aqui no aeroporto de Lübeck, jogando um poker na internet para esquentar! Vou ver se jogo uns 50 dólares lá em Vegas no poker pra testar a minha capacidade! Tomara que tenha sorte!

Até mais, na volta eu coloco fotos da viagem!

PS1: antes que eu me esqueça: Vamo pra cima dos Bambis cruzerão!!

VAMOS VAMOS CRUZEIRO!!! VAMOS VAMOS A GANHAR!!! VOU AONDE VOCÊ FOR, SÓ PRA VER VOCÊ JOGAR!!! COM EMOÇÃO, COM MUITO AMOR!!! CRUZEIRO MAIS QUERIDO DO BRASIL!!

PS2: Parece até que eu to dando a volta ao mundo denovo né? Pra quem não viu, tem um post aí em baixo com o lugar mais surreal que eu já conheci em Berlim!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Teufelsberg

Esse final de semana foi daqueles de 4 dias, já que foi feriado na quinta feira e nós emendamos a sexta. Achávamos que era prática comum na universidade, mas o Nicolau deu uma passada na TU na sexta feira e disse que o povo, pelo menos da área dele, estava todo trabalhando... d'oh!


Na quinta eu dei um rolé de bike, que poderia ter sido mais massa se eu não tivesse errado o começo, tentando acompanhar uma galera muito mais rápida do que eu. Aí eu fiquei morto e não consegui render direito no resto do dia, mas valeu o aprendizado!


O melhor veio no sábado! O Tropeço falou que tava indo pra um lugar que chamava Teufelsberg, que significava "Montanha do Diabo" que era um antigo radar da Guerra Fria, e que era abandonado, e que era proibido, e que teríamos que pular uma cerca, e a partir daí não era preciso dizer mais nada, porque já estava definido que todo mundo ia.


No caminho nos perdemos no meio de umas trilhas, e aí, perdidos que estávamos, acabamos por encontrar uma parede de escalada! Eu e o Nicolau não resistimos à tentação de fazer merda e fomos escalar. Foi bem fácil, mas dava medo, já que o pico era bem alto e não tínhamos nenhuma proteção, e estava usando as minhas sandálias daquelas de estilo Jesus Cristo. Ao chegar lá em cima fiquei rindo da cara dos alemães lá em baixo, cheio de cordinhas e cheios de marra, enrolando pra subir, e olhando pra gente de cara feira, xingando que a gente estava sem o equipamento de segurança!


O lugar é a colina mais alta em Berlim, o que não é muito difícil, e nem chega a ser muito alta, já que por aqui é tudo plano mesmo. Mas a curiosidade é que é uma "montanha artificial". Ela foi feita pelos aliados que entulharam ali tudo que restou dos prédios condenados de Berlim após o final da segunda guerra. Mais do que isso, a montanha foi construída em cima de uma escola técnica militar nazista, de um arquiteto famoso, Albert Speer, e com a estrutura parruda que era característica da época. Os Aliados tentaram dinamitar a escola para acabar de vez com ela, mas como o prédio era muito duro, resolveram enterrá-lo, que aí era mais fácil.


Já imagino a felicidade dos soldados:


"Homens, o alto comando definiu o que faremos com o prédio! Iremos enterrá-lo! Mãos às pás!"


Mas então, voltando à história, utilizaram a colina por alguns anos como uma estação de ski durante os meses de inverno, até que os Aliados construíram, em cima da montanha, uma estação de escuta. Captavam sinais de rádio que vinham do outro lado do Muro, o lado comunista de Berlim. Daí a forma característica dos prédios, que são devido à uma suposta descoberta que amplificava o sinal e aumentava a nitidez. Os teleféricos de ski foram embora, e, embora a colina estivesse na seção britânica de Berlin Ocidental, ficou ali "inteligência" da NSA americana, dentro do programa ECHELON.


Ao final da guerra fria, com a queda do muro, o lugar foi abandonado. Um grupo de empresários comprou a colina e projetou um conjunto habitacional, mas não deu muito certo, já que ninguém ia querer subir montanha pra chegar em casa quando tem tanta terra plana ali do lado, então a empresa ficou no preju e o projeto não saiu do papel.


Sobraram as ruínas, e aí que aparecem os buracos na cerca. O lugar é extremamente convidativo à uma invasão! Acho que já fizeram campeonatos de grafite por lá. Todas as paredes são pixadas, as salas enormes tem o chão caindo aos pedaços, não há luz, as paredes estão esburacadas. 20 anos de abandono e total inutilidade. É praticamente um sítio arqueológico!


A galera fica ali fazendo um churrasquinho e renderam boas fotos! O destaque, que não dá pra ver nas fotos nem imaginar de ouvir o texto do blog, é a loucura que é entrar dentro daquela esfera mais alta e ficar gritando, já que o som bate nas paredes e volta direto pro seu ouvido! Tinha um cara tocando um sax na maior viagem lá, mas a gente chegou gritando e batendo o pé no chão e imitando os lobos auuuuuuu e aí o cara foi embora. No chão, algum maluco num momento de inspiração alimentada por sabe-se lá quais drogas, escreveu no ponto central da esfera toda:


"If you have a voice you should be singing now"


E olha que não precisa estar lá pra essa frase fazer sentido, então é com ela que me despeço e até a próxima, que provavelmente virá de Las Vegas, Nevada! Parto na quarta, dia 27!


PS: coloquei uns links dessa vez pra quem quiser aprender mais sobre a história do lugar! Viajandão também é cultura!


No google maps, o lugar fica AQUI!


Fotos em tamanho grande AQUI! Ou então pequenininhas aqui em baixo mesmo...



sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ramires foi embora!

Tomar no cu!!

O Cruzeiro vendeu o Ramires por 7.5 Milhões de Euros! Que bagatela!! To indignado! O Marcelo Moreno, aquele perna de pau, foi vendido por 9 milhões ano passado, e agora me vendem o Pernalonga azul por 7.5?

Parece negócio do time pequeno de Vespaziano!

Poderíamos ter feito uma campanha fica Ramires! São 7 milhões de Cruzeirenses. Se 1 a cada 7 doasse 20 reais, a China Azul poderia ter comprado o Ramires e vendido no final do Brasileiro ou Libertadores por um preço justo, e ainda feito dinheiro em cima disso! Que palhaçada!

To puto!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Deutsches Symphonie Orchester Berlin


Hoje vou assistir:

Ingo Metzmacher & Deutshces Symphonie Orchester Berlin
Nelson Freire Piano Solo,

Ludwig van Beethoven - Concerto para piano #4 em Sol menor
Dmitri Schostakowitsch - Sinfonia #11 em Sol bemol, 1905

Atualização no outro dia!
Aí vão as fotos!! Foi doido demais!! Primeira vez que eu vejo uma sinfonia e já começo em grande estilo! O cara voltou umas 10 vezes pq a galera simplesmente não parava de aplaudir!!

PS: Bildaufnehmen sind nicht gesttätet significa: Fotografias não são permitidas ;)



segunda-feira, 4 de maio de 2009

Africa!!

Estou de volta à Alemanha e posso enfim contar como foi a viagem pra África, e os poucos dias que passei em Cambridge, com direito até a festança de terno e gravata! Comecei a escrever o post, e como tinha muito assunto ficou grande demais... Aí eu dividi o texto nos "Causos" mais legais, que seguem aí a baixo. Aí da pra ler um pouco de cada vez e dá uma relaxada... As fotos seguem abaixo!

A viagem como um todo...

Basicamente a viagem foi: carona até Lübeck pra pegar o Ryanair barato pra Londres, depois um dia inteiro de viagem entre Londres - Johanesburgo - Nelspruit, isso de avião, e depois de carro até a reserva de Karong-we. Depois seguimos para o hotel Tanda Tula, nas bordas do Parque Nacional de Kruger, que fica na fronteira da África do Sul com Moçambique. De lá, dirigimos um dia através do parque por nossa conta, sem os guias do safari, e embarcamos depois para Maputo, na costa de Moçambique. Ficamos ali só uma noite pois fomos pra Tofo pegar uns dias de praia e tomar um Solzinho... Voltei e passei ainda 4 dias em Cambridge, onde fui pra uma festa de casamento e, pra coroar a viagem, comprei minha nova bike, 100% Carbono com relação Shimano 105!! Agora estou de volta e tirei o primeiro dia no escritório para botar o post e as fotos no ar!

A carona para Lübeck...

A viagem começou com uma viagem de carona para Hamburgo, ou melhor, Lübeck, de onde sairia o meu vôo para a Inglaterra, de onde, na próxima manhã, embarcaria para a Africa do Sul. Aqui na Alemanha tem um site que organiza caroneiros e é bem fácil achar alguém indo todo dia pra qualquer lugar que está afim de levar um caroneiro para rachar a gasola e cortar os custos. Aí foi assim que eu cheguei a mais uma vilazinha européia que é Lübeck, onde estive por apenas algumas horas enquanto o vôo não saia. Mais uma cidade feudal com castelos e um lago ao redor, tipo Brugges ou mesmo Cambridge.

Os vôos (chato...)

No outro dia saímos para Frankfurt, onde pegamos a perna longa pra Johanesburgo e aí foi a pior parte da viagem, pq o avião era uma porra... Lufthansa cu!!

De Johanesburgo pegamos outro voo para Nelpruit e quando lá chegamos e alugamos um carro! Graças ao trabalho da Laura eu ia poder viajar no estilo Britânico de conforto pagando o preço de mochileiro atromelado de sempre! Bom demais!

A Reserva Particular de Karong-we

De lá fomos para uma das inúmeras reservas particulares próximas ao parque nacional de Kruger, mas ainda não na fronteira do mesmo. São basicamente grandes fazendas que destruiram suas cercas formando uma área total bem grande, e introduziram de volta os animais selvagens pra explorar o turismo!

Fizemos o primeiro safari na manhã do próximo dia. Basicamente é uma pick-up com um monte de bancos na parte de carga, com um motorista e um cara sentado num banco montado sobre o capô, que vai lendo o chão e achando trilhas dos animais. É muito organizado e eu pelo menos me sentia muito seguro. A idéia é ficar sempre sentado no carro de forma que os animais percebem o veículo como um só e não atacam pelo tamanho da coisa. Não é permitido levantar em nenhum momento, pois aí os animais o percebem como indivíduo, e a coisa pode esquentar, como eu pude comprovar e conto em breve...

Depois de ver alguns Impalas (que o guia chamava de Fast Food of the Bush) e umas girafas, encontramos os leões pela primeira vez, comendo o que sobrava de um Gnu que mataram na manhã do dia anterior. Não era uma imagem tão chocante já que nem dava pra ver que o Gnu um dia foi vivo... era tipo carne no açougue mesmo. Mas foi impressionante ver que os leões comiam simplesmente tudo a não ser os ossos da cabeça. As costelas e vértebras eram todas devoradas, enquanto ouvíamos os ossos quebrarem dentro das bocas dos "gatinhos" craft craft craft... Os tendões e outras partes agarradas aos ossos eram removidos mordendo e sacudindo viciosamente até que não sobrasse nada...

A cada safari, durante o por do sol, parávamos em algum lugar para comer tira gostos e tomar um drink pra fechar o dia. Mordomia total.

A reserva onde ficamos chama Karong-we Private Game Reserve, seguindo o nome do rio que passa na região. A casa que ficamos, que é bem no estilo do Happy Village de Ilhéus, chama Indlovu Lodge. Vc aluga uma casa com cozinha e tudo mais, e fica a seu encargo fazer comida. A Laura e eu cozinhávamos enquanto o Graham fazia a limpeza hehehe

No segundo safari do dia estávamos com uma galera meio mala que só queria saber de ver passarinhos e foi meio chato. Decidimos tirar o próximo dia para dirigir no nosso carro pela região, ir pra umas cachueiras e tal. Foi massa pois aí não precisamos acordar 5 da matina e achamos umas cachueiras e umas paisagens muito bonitas com umas cadeias de montanhas que eram legais, mas nesse ponto nada tão especial que não encontrássemos no Brasil.

No último dia nessa reserva conhecemos um pessoal gente boa que nos explicou um pouco sobre o Apartheid e sobre generalidades da África do Sul. O país é muito impressionate. Aparentemente é tal como o Brasil em termos de disparidade economica entre os ricos e pobres, mas em termos de infra-estrutura me pareceu bem mais organizado que o nosso. As estradas são perfeitas, há ferrovias e hidrovias, os aeroportos são todos melhores que contrapartes de mesma proporção no Brasil. Eu não esperava isso de nenhum país africano e então foi uma bela surpresa. Logo logo iríamos para Moçambique, onde, pra variar, a colônia portuguesa não foi capaz de ir pra frente no mesmo ritmo que a colonia inglesa/holandesa no mesmo continente...

O Leopardo na noite e a caminhada com as Cheetas!

A outra surpresa na reserva particular foi o Leopardo que vimos pela noite e o dia em que caminhamos com a Cheeta. Os animais tem um senso de respeito forte. Basicamente o maior é o mais forte. A cheeta é muito pequena e muito magra, quase raquitica, pra correr muito como ataque. Ela apanha de leões e de Leopardos, e não é nem capaz de matar um porco selvagem se ele for adulto. Então um homem é pra ela mais uma ameaça do que uma presa. Na reserva tem uma cheeta que se acostumou com os visitantes e então podemos andar ao lado dela. Descemos do carro e fomos seguindo o felino e seus 2 filhotes enquanto eles caçavam. Quando eles paravam e olhavam pros lados nós parávamos também, e só começávamos novamente depois deles, mantendo sempre alguma distância. Acho que atrapalhamos muito, pois quando os tres andavam faziam muito menos barulho do que 1 de nós que íamos atrás. Chegamos muito perto, coisa de 3 metros de um animal selvagem caçando. Num momento a Cheeta maior parou enquanto as duas outras dispararam uma para cada lado. A mae avançou pelo centro e nós saímos correndo atrás até que as perdemos de vista. Foi então que ouvimos o barulho que parecia uma impala a lutar pela sua vida e corremos em direção ao ataque dos gatos, mas aí eu vi no meio dos arbustos um porco tipo o Pumba do Rei Leão, correngo e gritando, e foi aí que percebemos que o ataque não deu certo pois a presa não era um impala, mas sim um porco. Mas valeu a emoção! A correria nos arbustos rendeu alguns arranhões nos espinhos e muitas teias de aranha na cara, mas a gritaria no mato e a visão do porco fugindo para viver vão ficar pra sempre!

Os dias no Tanda Tula (mordomia maior ainda)

Nesse dia saímos para a próxima estadia, no parque nacional de Kruger. Ali que eu conheci o maior benefício que a Laura arrumou pra viagem. Ficamos no hotel Tanda Tula, que é tipo um acampamento no meio do mato. Não há cercas e os hóspedes não podem andar sozinhos durante a noite, sendo sempre acompanhados por um guia com um rifle. Bufalos bebiam água da piscina quase toda noite e os tais impalas ali faziam parte da paisagem. Um dos guias disse que uma vez um leão veio beber da piscina pela manha!

É também uma reserva privada, mas dessa vez na fronteira do Kruger National Park, o maior da Africa do Sul. Chegamos a tempo do safari do fim do dia, e ali eu pude notar que, se comparado àquela experiência, a reserva de Karong-we era quase um Jardim Zoológico.

Primeiro tenho que explicar o tipo de acampamento no mato que estamos falando. Acho que pra ter uma idéia das nossas "barracas", que eram mesmo barracas de pano mesmo, a melhor maneira é dizer que é algo como aquelas tendas dos reis de Roma ou de Alexandre nos filmes, com tapetes, móveis, comida e água tudo fartura e sobrando luxo.

O safari em Tanda Tula - Os Leões e os Bufalos!

Aí o safari em si não se compara. O terreno é totalmente amplo. Antes mesmo de avistar qualquer animal eu já me sentia num ambiente muito mais selvagem. Ainda mais quando o rastreador na frente do carro pegou uma trilha de bufalos e ouviu no rádio a aproximação dos leões. O motorista engatou o 4 por 4 e abandonou a trilha, atropelando os arbustos como se não tivesse nada pela frente, e foi logo depois que, novamente, vi um leão selvagem. Ele era menor que o outro, mas tinha um ar de respeito bem maior. Éram 2 dos 3 irmãos que recentemente expulsaram o macho dominante da região e tomaram suas terras e fêmeas. Foi impressionante ver como o rastreador realmente encontrou o animal pelas suas pegadas, pois nessa hora o carro andava off-road sobre uma grama de meio metro com eventuais arbutos de 1 metro e meio que eram atropelados pelo motorista seguindo os comandos de direção do rastreador. Chegamos muito perto. Coisa de 1 metro dos leões, enquando eles acordavam do sono do dia e se preparavam para a atividade da noite, até que chegou a manada de Bufalos.

Os leões inclinaram seus rostos e levantaram olhando em direção à manada. A cada reviravolta do vento soprando dos bufalos em direção aos leões os animais olhavam novamente. Entretanto ainda estavam muito sonolentos e bocejavam com frequencia. Até que um bufalo chegou perto demais, uns 3 metros de onde os leões deitavam.

Foi aí que aprendemos uma nova coisa sobre o Rei da Floresta: durante o dia ele não tá nem aí pra uma manada de búfalos. Eles levantaram e caminharam na direção oposta aos bufalos, tranquilos, sem nem olhar pra trás. Aí estava o rei da floresta... fugindo de uma vaca com chifres um pouco maiores... Mas valeu novamente a emoção da possibilidade de ver um ataque. A presença dos leões é incrível. Quando ele olha direto na sua direção vc quer sumir da frente dele, mas toda hora ele faz coisas que lembram muito gatos de casa, como lamber suas patas limpando-se, passar a língua no nariz e a maneira como espriguiçam. É impressionante demais.

Saímos dos grandes gatos e fomos tomar nosso drink na beira de um lago ocupado na margem oposta pelos hipopótamos. Estava muito escuro pra ver direito, mas vira e meche um deles abria a boca e viamos aquela mancha rosada com dentes lá longe, e sempre ouvíamos o barulho, mas todo mundo so falava dos leões de mais cedo. Impala?? A gente nem parava pra ver.

A noite no safari

Durante a noite o rastreador segura um farol de milha que ele fica apontando pra um lado e pra o outro, procurando alguma coisa. Alguns animais só vimos pela noite, como muitos tipos de coelhos e uns ratos. Sempre que passavamos por Impalas, Zebras ou Girafas - sempre tem uma girafa por aí - tanto o motorista quanto o rastreador desligavam os faróis, pois os animais não são noturnos e não recuperam os olhos de um flash direto, ficando cegos por um bom tempo, e assim muito vulneráveis aos predadores. Andar pelo mato no breu total da savana africana, ainda que por alguns segundos antes de um novo flash pra ver se os animais já se foram, não é uma coisa muito atrativa não... Foi incrível quando o rastreador bateu a lanterna numa árvore, e, não sei como, avistou um camaleão!! O bixo muda de cor e fica foda de ver ele na luz do dia, mas o cara viu um no meio da noite de relance! O guia parou o carro e foi lá buscar o bixo pra gente dar uma olhada... deu tempo dele mudar de cor, do verde que estava nas plantas para um esbranquiçado meio confuso hehehe

Jantar no Tanda Tula

Aí voltamos pra o hotel-acampamento e chegou o Jantar! Os guias se juntam aos hóspedes pro jantar e é bem massa fica ouvindo as histórias mais pitorescas de safaris que fizeram. Aí que eles me contaram do leão que veio na piscina e das técnicas pra controlar os animais. Pra os grandes gatos a regra é não correr deles, manter seu terreno, pular e fazer o máximo de barulho possível, impondo uma ameaça, que normalmente resulta na fuga dos animais. Um dos que estava na mesa chegou no leão na piscina e deu nele um grito e um berro que ele saiu correndo feito um louco hahahah não acho que estejam mentindo... Eles falaram também que todos os motoristas e rastreadores tem que fazer o teste de controle de gatos, que basicamente consiste em aproximar-se dos leões a pé e botar-los pra correr! O cara tem que chegar num bando de leão selvagem acordar eles, ver aquela cara cheia de dente com olhar curioso pra cima de vc e não pode nem olhar pro lado, tem que encarar e gritar e botar moral até o bixo fugir... sinistro demais...

O jantar também puta que pariu. Vem a cozinheira e anúncia o que vamos ter pra comer, 2, 3, 4 cursos, entrada, sopa, principal, sobremesa, queijo, tudo com vinho de primeira ao lado da lareira... é fácil de se acostumar... Teve um dia que comemos um dos antílopes que avistamos durante o safari, e deu pra entender pq o leão gosta tanto de comer os bixinhos hehehe

O Elefante-testosterona

No outro dia fomos pra mais safari e chegaram alguns hóspedes legais com quem conversávamos bastante. Vimos rinocerontes e uma manada de elefantes, tudo muito perto, muito casual. Foi aí que percebi que era a primeira vez que eu me deslumbrava nesse nível com uma natureza fora do Brasil. Todos os lugares a que já tinha ido encontravam em nossas terras alguma coisa que fazia paralelo. Dessa vez eu não tinha nunca visto nada igual. O destaque do dia foi o elefante macho sozinho que encontramos e que nos perseguiu na estrada. O bixo estava no periodo de hormonios que os elefantes tem, tipo uma adolescencia, que torna o bixo basicamente em 9 toneladas de testosterona ambulante. Se ele tem testosterona no corpo vc sabe o que ele tem na cabeça: sexo e briga. Então a gente estava na estrada e eis que um elefante enorme aparece do lado gritando e avançando em direção ao carro! O guia acelera e o elefante continua vindo pela estrada. Não vinha pra matar a gente, mas ele sabia que era maior e que a gente ia fugir dele, então ele nos afungentou por alguns minutos, só pra se impor. A cada investida o guia dava uma acelerada pra fugir. O bixo era bizarro. Dava pra ver o stress na cara dele. O suor nas orelhas... são 3 meses por ano que os machos adultos passam por essa fase de doidera hormonal.

Leões na noite africana...

Na última noite procuramos mais rinocerontes, mas não tivemos muita sorte. Aí o rastreador achou uma trilha de Leopardo. O motorista e o guia desceram do carro e foram caminhando olhando pro chão... parece que eles não resolveram o que era melhor e resolveram separar. O rastreador foi pra um lado e o guia entrou no carro e foi off road pelo outro, deixando o outro sujeito indo procurar um leopardo sozinho no meio da África... eita povo doido hehehe. Não tivemos sorte mais uma vez, e então voltamos pra onde tínhamos encontrado os leões no outro dia. Dessa vez era noite e estamvam os tres reunidos. Mais uma vez estavam fora das estradas e foi bizarro o momento em que finalmente os avistamos. Ali, deitados na grama, sem nenhum sinal pra uma pessoal sem treinamento... Eu ficava imaginando o que seria de um que viesse andando sozinho... não ia nem ver o que tinha acertado ele. O novo membro era o maior e mais forte dos tres e o bixo é muito bizarro. Os leões não se importam com as lanternas, pois a estrutura dos seus olhos funciona com pouca luz, e na verdade seus olhos são em partes grandes espelhos, mandando a maioria da luz pra fora, e absorvendo só uma pequena parte, adaptando-o assim a sempre ter pouca luz, e poder então enchergar muito bem no escuro da noite. Então quando o guia mandava a luz no leão a gente via aquele olho brilhando no escuro. Amedrontador. Teve um momento em que eu gelei: o leão maior começou a andar pra onde eu estava sendado no carro e passou muuuuuito perto, tipo a cauda dele batia no carro e ele mesmo deu uma esbarrada na lataria. O guia falava: pessoal aí no fundo, tudo ok, não se levantem, não façam muito barulho e ta tudo ok... mas nessa hora eu gelei. Eu sentia o meu corpo inteiro travado e não teria mechido um musculo nem se ele tivesse me pedido. Foi massa ver o Graham também, que ficou aterrorizado. Ele fechava os olhos e nem olhava pros bixos, controlando o seu medo dentro de si mesmo. Só faltou um bom rugido pra coroar a noite, mas vai ter que ficar pra próxima. Eles fizeram muitos grunidos, mas o rugido do leão, que se pode ouvir a 8km de distância eu não tive a felicidade de ouvir a 2 metros. Aparentemente é um barulho ensurdecedor pelo que disse o guia. Na real, enquanto dirigíamos voltando pro hotel, ele desligou o motor e deu pra ouvir o grito à distância... fica a deixa pra o próximo safari! Antes de voltarmos ele ainda se entranhou no mato sem luz nenhuma seguindo uma trilha de leopardo e achamos um impagala morto em cima de uma árvore que o felino tinha matado naquela noite, mas que tinha abandonado ao ouvir a aproximação do carro. Os Leopardos e Cheetas são muito mais furtivos que os Leões. Não vi cheetas no Tanda-Tula.

O Leopardo!

Mais vi o Leopardo. E como vi! Antes disso ainda tínhamos encontrado um bufalo tão velho que o guia achava que ele estava pra morrer dentro de alguns dias. Eis que quando fomos pro off-road o carro caiu numa vala enorme e empacou. Nem o 4 por 4 tirava. Ficamos então ali do lado de um bufalo moribundo, mas nada menos amedrontador, até que um outro carro veio e nos deu um totó pra nos tirar do lugar. Depois nós seguimos até o Leopardo, que estava deitado na beira de um rio que já estava sem nenhuma água com a chegada da temporada seca. É o predador mais atrativo eu acho. Mistura a cheeta e o leão. É forte, mas ainda mais bonito e mais respeitoso. O bixo nos presenteou com um baita vomito hehehe

Café da manhã no mato, caminhada e cuspe de cocô de antílope!

Depois comemos o café da manhã em mesas montadas na beira de um outro rio seco, e dali saímos para uma caminhada nos arbustos, onde pudemos ver umas pegadas de vários animais, aprender sobre algumas plantas, e fazer a competição local: cuspe de coco de antílope! Todo mundo colocava uma bolinha de coco de antílope na boca e via quem conseguia cuspir mais longe! Hhahahaha! O negócio é muito seco, e se vc abrir é grama pura, mas ainda é merda né?? Foi bizarro ver o tanto que as pegadas são suaves na areia, e tem que ter muita prática pra ver elas de um carro em movimento. Nesse dia as zebras vieram ao hotel pra tomar uma água no lago ao lado. O lugar é incrível.

Dirigindo pelo Kruger National Park

Saindo de Tanda-Tula, dirigimos o nosso carro alugado pela estrada dentro do Kruger e vimos mais um monte de animais, até uma cheeta na distancia, e dois rinocerontes brigando além de sermos novamente atacados por elefantes! Só que dessa vez era a Laura que estava no carro! Mas foi ok, tudo sobre controle, e tem destaque o limite de velocidade: 50km/h Tivemos que ir muito mais rapido pra conseguir sair do parque a tempo, sem tomar a multa pra quem sai depois das 6. O foda é que tem muuuuito bixo no parque. Nesse dia, em 3 horas, sem andar off-road nenhuma vez, vimos todos os animais que vimos nos outros dias de safari. Sem a mesma proximidade, mas com uma liberdade maior, pois estávamos no nosso carro, e então é mais um dia memorável!

Moçambique

Então eu e a Laura despedimos do Graham no outro dia, quando fomos de busu para Maputo, na costa de Moçambique. Não tenho muito pra contar de Moçambique. Só o que posso falar é que deu pra ver um pouco da pobreza africana e deu pra constatar que os portugueses realmente não sabem colonizar, o país é bem mais precário que a África do Sul. Valeu demais pelo tempo na praia e pelos souvenirs que compramos ali, aproveitando o desconto proporcionado pela moeda local, bem mais barata! Fomos para Tofo onde passamos todo o tempo comendo e dormindo na areia! Numa das noites ficamos numa cabana de bambu muito fudida, e aí que eu percebi que meu espírito Backpacker está indo embora, pois no outro dia eu não resisti e mudei pra um outro hotel que era o dobro do preço!

Em Cambridge

Fui ao casamento da Betsy, uma amiga da Laura. Foi massa ver o povo de lá e fazer uma farra com os amigos dela também. Aí, pra completar, achei uma bike modelo 2007 por metade do preço, que com isso se encaixava no meu orçamento pra bike, e então comprei! Agora eu tenho uma Specialized Roubaix Comp 2007 - 100% Carbono e relação 105! AUUUUU!!!

Cometários serão bem vindos pô!!

Se colocar o mouse em cima do slideshow vc pode pausar a apresentação e ai ir passando manualmente pra ficar mais tempo em cada foto!

Quem quiser ver as fotos em tamanho maior vai em: